Desmistificando o propósito de uma empresa

Desmistificando o propósito de uma empresa

A gente é convidado desde muito cedo a responder uma pergunta que, para a maioria das pessoas, gera uma boa dose de estresse e ansiedade: “o que vou fazer da minha vida?”. Na busca por esta resposta, somos levados a investigar uma razão de existir, um propósito pelo qual a gente acorde todas as manhãs, uma causa pela qual a gente passe a fazer escolhas mais sábias e assertivas. Toda essa busca é absolutamente legítima. Entretanto, é necessário ter cuidado com a rigidez aristotélica espalhada por aí, que defende haver um lugar específico para ocuparmos no mundo e que não seremos felizes enquanto não encontrarmos esse tal lugar nesse grande quebra-cabeças. Essa visão trata o propósito como algo único, definitivo, imutável e engessa ações importantes tanto na nossa vida pessoal, como na nossa vida profissional.

Afinal de contas, o que é propósito? Já fomos criados com um motivo de existir pré-determinado e que a princípio desconhecemos, ou somos livres para abraçar as experiências que a vida nos possibilita e a partir daí escolher o que fazer? Por aqui, a gente acredita que propósito é sim o motivo por trás das entregas que realizamos ao mundo, mas é algo que se constrói. É assumir a responsabilidade de apostar naquilo que o coração acredita e de se dedicar para fazer acontecer. Essa é uma máxima que inclusive compartilhamos com quem tem o desejo de empreender. Não seremos iluminados da noite pro dia com a ideia de negócio perfeita onde todos já saibam exatamente o que fazer e como se conectar com os anseios mais profundos do seu potencial cliente. Mas seremos desafiados a ouvir o coração, criar, experimentar, testar, dialogar, errar e mudar de ideia eventualmente. 

Empreender com propósito e ter um grande “porquê” pode levar algum tempo, mas também pode ser o resultado natural de sustentar o dia a dia empreendedor com sede por aprendizado e resiliência. Para que isso aconteça da maneira mais leve e realista possível, preparamos algumas dicas importantes pra ti.

Está tudo bem não saber

Muitas empresas a princípio não sabem realmente porque fazem o que fazem e está tudo bem não saberem isso logo no início. Há negócios que nascem com o propósito provisório de simplesmente trazer retorno financeiro ou contornar uma crise promovendo sobrevivência. No contexto social do nosso país, isso é muito comum, inclusive. Por isso, precisamos relaxar um pouco diante da pressão imposta pela moda do “encontre seu propósito”. Construí-lo é importante na diferenciação do negócio sim, não vamos negar, mas às vezes só precisamos tirar tal questão do foco e colocar a mão na massa com sensibilidade ao que as pessoas envolvidas e o próprio mundo podem trazer como contribuição nessa construção. Dedicação com “antenas ligadas” resume bem o que acreditamos ser um bom caminho.

Desconstruindo o “Círculo Dourado”

Uma das obras mais relevantes sobre este assunto na atualidade é o livro “Comece pelo Porquê” de Simon Sinek, publicado em 2012. Nele, o autor apresenta o “Círculo Dourado” que mostra um modelo inspirador através do qual empresas são encorajadas a começar a  comunicação do seu posicionamento pelo seu porquê, ou seja, transmitir às pessoas o seu verdadeiro propósito de existir para só então comunicar como isso é feito e o que se entrega ao mundo como resultado disso.  

A gente considera esta ordem proposta por Sinek válida e até mesmo didática. É muito importante ter a clareza do “porquê”, caminhar com disciplina no “como” e aperfeiçoar com consistência o “o que” dentro de um negócio. Porém, uma sacada que a gente considera libertadora mora na desconstrução desse modelo. Que tal pensarmos nele de trás pra frente? Tu te lembra do que falamos sobre dedicação diária com “antenas ligadas”? Pois bem! Pra gente, quando tu oferece e aperfeiçoa com consistência o teu “o que” e caminha com disciplina em um “como” viável e realizador pra ti, pra tua empresa e pros teus clientes, a clareza do “porquê” vem! É só uma questão de tempo. 😉

Se tu ainda não encontrou o propósito do teu negócio, espia a sugestão de como tentar construí-lo de um jeito disruptivo em relação a teoria de Simon Sinek, mas que funcionou aqui na Convexa e que, por isso, trouxemos pra compartilhar contigo: 

  1. Comece pelo “o que”: Já pensou abrir as portas de uma empresa sem a definição clara dos produtos e/ou serviços a serem oferecidos nela? O “o que” é o contorno de um negócio. Se for bem definido e atender às necessidades do mercado, inevitavelmente trará respostas muito relevantes sobre o “porquê”.
  1. Cuide do “como” com carinho: Comportamentos, processos e sistemas formatam as entregas de uma empresa. A forma como o “o que” será entregue aos clientes vai caracterizando, aos poucos, o diferencial do negócio. A empresa começa a ser procurada não só por aquilo que oferece, mas também pela forma como oferece. Isso começa a gerar um nível de conexão mais profundo com os clientes e a mostrar que há algo além e imensurável sendo oferecido ali. 
  1. Aí então, elabore um “porquê” forte: Inspiração é diferente de persuasão. Um “porquê” claro e bem elaborado é o que instrumentaliza uma empresa para de fato inspirar o mercado. Como vimos, é muito importante saber o que se quer oferecer e a forma como isto será oferecido. Entretanto, comunicar o que se deseja proporcionar aos clientes por trás disso, é o que vai inspirar e gerar uma conexão ainda mais forte com eles. 

Confie no “timming” do teu porquê

A gente acredita que pensar na comunicação do posicionamento da tua empresa, focando na razão dela existir, é extremamente importante e traz resultados reais em relação ao envolvimento do teu cliente. Porém, isso só pode acontecer de forma real e consistente com o tempo, com uma construção que se estabelece de forma fluida e natural, sem a pressão de buscar por um porquê que, muitas vezes, sequer está pronto. Sabe aquele bolo que foi feito com todo amor, mas na ansiedade de comer tiramos do forno antes da hora certa? O mesmo acontece com uma empresa que quer definir o seu porquê antes de ele estar pronto de fato. Por isso, não te pressione por teorias que podem ser um “tiro no pé”. Tu saberá a hora certa de tirar o “porquê” do teu negócio do forno.

O propósito ou o “porquê” da Convexa

Aqui na Convexa, a gente seguiu os rumos de um “o que” que, formatado por um “como”, que revelou um “porquê” super forte para nós. No início sabíamos que a contabilidade oferecia ferramentas lógicas incríveis para a proposta de soluções dentro das empresas. Mas, com o tempo, fomos entendendo que havia um jeitinho só nosso de oferecer isso. Fomos compreendendo que o nosso atendimento cuidadoso e próximo entregava algo a mais e fomos percebendo que os ganhos operacionais gerados pelos nossos processos e pela nossa tecnologia ampliavam muito a satisfação dos nossos clientes. Eles passaram a ter mais tempo para se dedicar ao que, de fato, amavam e tudo isso nos trouxe clareza sobre o nosso público e consequentemente sobre o nosso propósito: somos parceiros de empreendedores sonhadores. E viabilizar o sonho de empreender a cada um deles, é sem dúvida, o nosso grande “porquê”.

Quer conhecer melhor o nosso propósito e bater um papo sobre a construção do propósito da tua empresa? Mande uma mensagem pra gente e venha nos conhecer! 😉

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